Eu sofro de algo que não vem de mim
Algo que me deseja averso aos seus desejos
Eu sofro o barato de um mundo minúsculo
Em letras maiúsculas, de fôrma.
São os olhos, malditos olhos da fuga
Virando de um lado pro outro
São os olhos escuros de luzes sombrias e o rosto todo.
O escuro, o chuvisco, o telhado e o rombo na telha
O meu rosto, meus rabiscos e o rastro no chão de poeira
A barriga, teu umbigo e os meus lábios, tua carne e teu medo
O meu sono, meu sonho, nossas asas, o mergulho e a morte.
Eu sofro do beijo esturrado da boca que não saliva
Da bolha na pele queimada de nicotina
Eu sofro do dente que roi meu amor da senhorita
Por ti eu sofro, eu morro que desço pra te encontrar
Eu sofro de ti, tu é minha doença e minhas carícias.
Um comentário:
Eu lirico bem modesto, por sinal. Gostei.
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