Por Heitor Cardoso -
. Téo corria no céu com a gaivota.Téo era dono do tempo, e ele moldava os pingos de chuva em belos arco-íris sem fim que brotavam e terra e do mar.
. Bom dia! - Téo assobiava para a vida, como quem canta aquela canção já vivida. Téo desfaz os caixos de ouro dos homens, Téo grita o nó da garganta. Ele levanta antes do sol, ele é também o sol da manhã, que corre veloz para não o deixar brincar.
. Téo é a vida e a gaivota esquece Téo. Ela vôa para além da sua vista, mas ela ainda está lá. Téo não perde a pose, Téo não perde o podium. Téo é senhor do tempo, Téo é a vida. Um deus infantil que corre e dança por entre os raios de sol da manhã que não veio.
. A gaivota ainda foge, o tempo ainda voa, o sol ainda dorme e Téo ainda vive na feliz cidade dos deuses meninos, esperando a gaivota voltar, guiada apenas pelo vento, e Téo esquece que é senhor do tempo e não faz a chuva cair, que é pra fazer o vento morrer, trazer a gaivota de volta, esquecendo de tudo à sua volta, de na chuva novos arco-íris moldar.