sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Que Sofrer Que Nada


Eu sofro de algo que não vem de mim

Algo que me deseja averso aos seus desejos

Eu sofro o barato de um mundo minúsculo

Em letras maiúsculas, de fôrma.

São os olhos, malditos olhos da fuga

Virando de um lado pro outro

São os olhos escuros de luzes sombrias e o rosto todo.

O escuro, o chuvisco, o telhado e o rombo na telha

O meu rosto, meus rabiscos e o rastro no chão de poeira

A barriga, teu umbigo e os meus lábios, tua carne e teu medo

O meu sono, meu sonho, nossas asas, o mergulho e a morte.

Eu sofro do beijo esturrado da boca que não saliva

Da bolha na pele queimada de nicotina

Eu sofro do dente que roi meu amor da senhorita

Por ti eu sofro, eu morro que desço pra te encontrar

Eu sofro de ti, tu é minha doença e minhas carícias.

Um comentário:

ClodoaldoXavier disse...

Eu lirico bem modesto, por sinal. Gostei.