quinta-feira, 25 de junho de 2009

Só mais uma -


Décédé –


Téo Malvine –


. Com uma grande amizade morre mais um grande ídolo, morre de overdose, com suas próprias palavras se engasga. Se mata e continua vivendo na infâmia, porque sem uma dose de ego não agüenta a abstinência e de nada nada valerá, não goza de consideração porque não quer ver [...] nada que se projete para além do próprio nariz, porque Narciso acha feio o que não é espelho.


. Com a morte de um grande ídolo tudo o que sobra é pena, a consideração não se vê porque não existe, a admiração não se vê porque não se admite, e eu paro pra assistir o fim deste filme, como um narrador-personagem que desiste. [...] Mais um morre entre os iguais na infame tentativa de mostrar-se diferente, morre absolutamente obsoleto, morre mais um estranho, morre o homem sem medo.

domingo, 21 de junho de 2009

Só mais uma -


Ampulheta –

Téo Malvine –

. Enquanto cai a chuva, enquanto bolas de fogo não caem, enquanto sopra o vento derrama o pó, e já quase não tenho o que derramar.

. Vou passar do tempo pro tempo passar por mim, e um dia, quem sabe, enfim morrerei mais tarde do que deveria.

. E enquanto um cone vomita enchendo o outro de poeira, meu mundo gira em torno de tesouros escondidos na areia, cheios de estórias pra dormir e outros tipos de besteira.

. Enquanto cai a chuva me escondo em lugares sujos, por de trás de muros e murais, tentando driblar o tempo pra ver se minha eternidade dura um pouco mais.

. Conquistei o tempo correndo contra o vento em sentido anti-horário, regredindo a cada passo. Foi assim que mergulhei de cabeça nesse redemoinho de areia e tanto nadar no pó virei poeira.