quinta-feira, 14 de janeiro de 2010


O Velho Abraço –


Téo Malvine -


. A porta estava aberta, mas eu entrei pela janela, caracterizando invasão de domínio algum. A janela estava trancada, eu estilhacei sua vidraça, e encravei estilhaços em seu pequeno coração frágil que os entortou, mas não pôde evitar que entrassem.


. Ouvi seus gritos de dor, que logo doíam em meus ouvidos delicados e super desenvolvidos, em verdade ela me cantava uma canção de amor, que não sei quem musicou.


. Trocamos por uns dois anos palavras ácidas e mais uma vez a astucia de meus ouvidos traduzia, aquilo era mais forte que ofensivo, aquilo repudiava lágrimas e pedia risos, não um do outro, mas de um pro outro.


. Eu cantei num tom gelado, como seus dedos, gritei que não se sentisse só, que não estava tão só. Agora eu vivo tentando musicar isso aqui dentro, isso o qual nem sei que nome dar, que não serve para empalhar, que não se pode matar nem calar, essa canção para qualquer estação, esse amor que não sei de onde brotou.


P.s.: Ainda tenho aquele velho abraço.